terça-feira, 23 de abril de 2024

Atualizada Teologia Sistemática Interdenominacional na seção 4.2 "Cristo Nasceu sem Pecado"

 Graça e Paz.

Estive estudando, estudando, revisando o livro, orando para que Deus me mostrasse algo incorreto.... pesquisando... e não achei satisfatório nem exato o raciocínio da seção "Cristo nasceu sem pecado".

PDF atualizado no post anterior.

Grato


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4.2 Cristo Nasceu sem Pecado

A respeito da transmissão do pecado, de dez, tenho visto que uns nove teólogos da atualidade defendem que o pecado é transmitido pelo pai (traçando a linhagem até Adão), seja por Adão ser o primeiro cabeça ou representante federal da humanidade cf. Rm 5.12ss, seja pela semente paterna, visto que Cristo não teve pai biológico terreno cf. Lc 1.35, mas Seu Pai é Deus. Como andei suspeitando e pesquisando, a Bíblia não diz nada sobre isso claramente, e o ministério Answers in Genesis, com seus teólogos (e também cientistas e geneticistas), aborda muito melhor esse mistério. De acordo com Hodge, Bodie (2024):

 

“O Pecado Original (Natureza do Pecado) é Passado pela Linhagem Genética do Pai?

Como o pecado original foi eliminado para que Cristo permanecesse sem pecado?

Esta questão e variantes semelhantes surgiram no passado. Acompanhe este raciocínio:

Base: Jesus não tinha pecado (Hebreus 4:15, 1 João 3:5). Jesus era descendente de Adão conforme Lucas 3 (em Sua humanidade). Os descendentes de Adão recebem o pecado original porque estavam em Adão quando Adão pecou (Romanos 5:12). Então, como Jesus evitou ter o pecado original?

Existem várias respostas populares a isto (argumentos básicos dados abaixo) que mostram que não há contradição nas Escrituras:

1.      Linhagem paterna: Jesus herdou material genético de Maria (para ser totalmente humano, ou seja, descendente de Adão para se tornar o Último Adão), mas não de José, portanto, o pecado original deve passar do pai para a descendência. Isso permite que Jesus evite o pecado original.

2.      A natureza do pecado passa espiritualmente: o pecado original é imaterial e não precisa ser transmitido aos descendentes através da genética. É transmitido espiritualmente pela virtude de que todos são descendentes de Adão. Mas Deus impediu que o pecado original entrasse em Cristo no ventre.

 

1.    Modelo “linha paterna”

A primeira visão é o modelo da linha paterna. Inicialmente, este parece ser um modelo razoável, mas existem alguns problemas associados a ele.

Não há Escrituras que conectem o nascimento virginal ao pecado ou à natureza pecaminosa. A razão para o nascimento virginal é uma entrada milagrosa no mundo através do cumprimento de profecias como Gênesis 3:15 e Isaías 7:14. Deve-se ter cautela ao acrescentar outras implicações ao nascimento virginal.

Em segundo lugar, se a natureza pecaminosa é materialista e passou pelo pai enquanto a reprodução ocorre, então, em teoria, um “clone” (de qualquer forma) usando dois conjuntos de DNA feminino (resultando em apenas uma mulher) poderia ser sem pecado e Jesus não será mais único por estar separado dos pecadores (Hebreus 7:26).

A punição pelo pecado é a morte (Gênesis 2:17; 3:19, Romanos 5:12) e teoricamente se um desses “clones” não tivesse natureza pecaminosa e não pecasse, então ele não poderia morrer e deveria viver eternamente, portanto, um meio de vida eterna sem a necessidade de Jesus Cristo (João 14:6). Jesus, que não tinha pecado, ainda morreu na cruz sem ser pecador; mas para morrer, Ele se fez pecado por nós (Hebreus 9:28; 2 Coríntios 5:21).

Muitas vezes, na cultura de hoje, as pessoas tentam encontrar explicações materialistas devido às influências do materialismo e do naturalismo (fundamentos da evolução) que excluem o sobrenaturalismo e o reino espiritual. Mas a verdade, a lógica, a informação, as almas, a mente, a natureza pecaminosa e assim por diante não são entidades materiais.

É vital perceber a diferença entre o material e o imaterial nesta discussão. Considere o seguinte:

 

A.     Adão

Adão originalmente tinha DNA (ácido desoxirribonucleico) perfeito (Gênesis 1:31, Deuteronômio 32:4), e ainda assim não havia nenhum pecado original encontrado nele no início. A natureza pecaminosa surgiu quando Adão pecou. Houve mudanças genéticas envolvidas em Gênesis 3? Talvez, mas tal posição não deveria ser mantida dogmaticamente. Mas o fato de que os genes podem existir sem a natureza pecaminosa mostra que a natureza pecaminosa não está intrinsecamente ligada à genética.

 

B.     A vida é transmitida e não é material

A vida também passou de Adão para todos nós. Mas originalmente a vida de Adão veio de Deus quando Deus soprou vida nele (Gênesis 2:7), embora todo o seu corpo fosse formado com DNA, carne, ossos, etc. Esta vida imaterial vinda de Deus era independente do corpo de Adão, uma vez que foi “soprada” nele.

 

C.     Satanás/Demônios

Satanás e os demônios podem ser o ápice para mostrar que a natureza pecaminosa não está ligada aos meios materiais. Satanás é espírito e pode tentar, influenciar e até mesmo entrar nas pessoas (Lucas 22:3 com Judas) ou nos animais (Gênesis 3 com a serpente, e em Marcos 5:1-17 com a Legião e os porcos). Eles pecaram e continuam a pecar (tendo sua própria natureza pecaminosa) sem genes humanos. Isto mostra que a natureza pecaminosa não está confinada ao DNA humano.

 

2.    Modelo “a natureza do pecado passa espiritualmente”

Ao contrário do primeiro modelo, este modelo não limita a natureza pecaminosa a uma entidade física que precisa ser transmitida. Portanto, não há problema para a natureza pecaminosa em Satanás e nos demônios.

Este modelo assume a posição de que o pecado original não é necessário para que alguém seja tentado de todas as maneiras. Remonta à Mulher do Jardim do Éden e aponta as tentações anteriores ao pecado original. Quando olhamos para Adão e a Mulher, descobrimos que uma pessoa pode existir sem natureza pecaminosa e ainda assim ser tentada tanto externa quanto internamente (a Mulher desejando o fruto e tomando-o), mas depois pecar ao prosseguir quando ela e Adão comeram.

Portanto, quando Cristo foi concebido pelo Espírito Santo, não houve nenhum pecado original intrínseco passado para Cristo, embora ainda utilizasse o material genético de Maria para se tornar descendente de Adão. Tal tarefa não seria problema para o Criador do universo.

Resumindo, esta visão sustenta que a natureza do pecado não é física e, portanto, não é transmitida por meios genéticos, mas por meios espirituais.

Considere que “em Adão todos morrem e todos serão vivificados em Cristo” (1 Coríntios 15:22).

A.     Pecado original traduzido em morte para todos.

B.     A salvação da morte traduziu-se em ser vivificado.

A salvação e a vida eterna em Cristo são o oposto direto do pecado original e da morte em Adão. A salvação é passada às pessoas espiritualmente, não por meios físicos e definitivamente não por meios genéticos. Neste modelo, não há razão para assumir que o pecado original foi nada menos do que transmitido por meios espirituais; entretanto, Romanos 7:13–25 parece localizar as tendências pecaminosas como sendo parte da carne (do grego sarx, que significa carne ou corpo). Ele afirma que nada de bom habita em sua carne (versículo 18), que havia uma lei em seu corpo guerreando contra sua mente (versículo 23) e busca libertação de seu corpo [físico] de morte (versículo 24).

Parece particularmente difícil explicar esta última visão em termos completamente leigos, porque não se baseia em nenhum mecanismo físico como o anterior. Então deixe-me dizer isto: em virtude de sermos pecadores por sermos descendentes de Adão, automaticamente recebemos a natureza pecaminosa não por qualquer meio físico, mas por meios espirituais e Cristo, sendo Deus, simplesmente não a recebe pela virtude de que Ele é o Filho de Deus [e sua concepção foi guardada pela virtude do Espírito Santo, colchetes meus].”

Hodge, Bodie (2014).

Tanto que isso está certo que Bavinck (2012) escreveu: o pecado não é material, nem uma substância, mas uma qualidade moral, culpa moral e corrupção moral, mas como disse Hoekema (2018), tanto o pecado e a fé estão no coração, que é o centro do homem.

Mais do que isso, na minha opinião, é mistério oculto do Senhor (Deuteronômio 29.29 As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei). Amém.

Hodge, Bodie. Is Original Sin (Sin Nature) Passed through the Father’s Genetic Line? Disponível em: <https://answersingenesis.org/sin/original-sin/sin-nature-passed-through-fathers-genetic-line/>. Acesso em: Abr. 2024.


segunda-feira, 22 de abril de 2024

Disponível link para download da Teologia Sistemática em epub também!

Paz do Senhor!

Esse é o original epub que levo às livrarias, como apple.

Podem baixar para ler mais tranquilamente:

https://www.mediafire.com/file/6jlq2jvgkizaeb8/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_Fiedler_Rossi_-_23-abr-2024.epub/file

PDF TEOLOGIA SISTEMÁTICA (mesmo link, atualizado 23/4 com a seção "4.2 Cristo nasceu sem pecado"):

https://www.mediafire.com/file/goflv7bfghu1lfm/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_F._Rossi_-_700p_abril_2%25C2%25AA_ed._clubedeautores.pdf/file

O Crente e a Depressão (PDF):

https://www.mediafire.com/file/llfczh15mvslu9v/O_Crente_e_a_Depress%25C3%25A3o.pdf/file

É Melhor SER do que TER: Provérbios Selecionados e Comentados (PDF):

https://www.mediafire.com/file/0vw1pp8edyxtx2a/%25C3%2589_Melhor_Ser_do_Que_Ter_-_Prov%25C3%25A9rbios_Selecionados_e_Comentados_-_Clube_de_Autores.pdf/file

Amém.

Podem compartilhar. Deixo aqui de graça pois está escrito: "De graça recebestes, de graça dai." E tudo isso creio que recebi do Senhor, da iluminação da Palavra, e da teologia, pela Graça de Deus e de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. Roberto Fiedler Rossi.

sábado, 20 de abril de 2024

Teologia Sistemática Atualizada dia 21/4/24, principalmente na seção 9.5

Graça e paz


[Em 22/4 retirada uma infeliz comparação com Norman Geisler no início da citação de Randy Alcorn, pdf atualizado]

Além da seção 9.5, totalmente aprimorada sobre o aborto, inserido mais um parágrafo na doutrina do pecado 9.1:

9.1 Introdução (DOUTRINA DO PECADO)

Cremos que pecado é todo tipo de transgressão da lei moral e divina de Deus (por exemplo, Êx 20, Lc 10.27). Todos os homens são pecadores (1Jo 1.8-10), pois possuem a natureza pecaminosa (carne), Gl 5.17. O pecado separa o homem de Deus (Is 59.2).

Creio também que o simples fato de afastarmos o nosso coração ou ser de Deus e do Seu caminho já é um pecado (Jr 2.5, Is 29.13, Dt 9.16), ou seja, o acomodar-se na fé (1Pe 1.8,9), pois o Senhor diz que devemos buscá-lo, perseverar em oração (Atos 2.42, Rm 12.12, Col 4.2), na doutrina de Cristo (2Jo 9, 1Tm 4.16), prosseguir em conhecer o Senhor (Os 6.3), além de meditar na Sua Palavra de dia e de noite (Josué 1.1-9). Aquele que sabe fazer o bem e não o faz comete pecado (Tg 1.13-15). Existem pecados até por ignorância segundo a Escritura (Nm 15.27-28).


Cremos que todas as pessoas, sem exceção, mesmo depois da Queda, são ainda imagem e semelhança de Deus: Depois do dilúvio, Deus falou a Noé: ...porque Deus fez o homem conforme a sua imagem (Gênesis 9:6).

 

Aborto

Cremos que aborto é assassinato, pois a vida é gerada na concepção (Jeremias 1.5 “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta”, Salmos 139.13-16: “13b cobriste-me no ventre de minha mãe. 14. Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. 15. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. 16. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.”), e cada homem e mulher, cada pessoa, sendo imagem de Deus, tem valor.

Ultimamente tenho sido desafiado a minhas crenças sobre aborto (eu me apoiava nos livros que Norman Geisler escreveu (Ética Cristã)), e acabei descobrindo que ele estava errado em sua primeira edição a defender uns quatro tipos de exceções para o aborto (onde ele falava erroneamente que o feto é uma pessoa em potencial) e, na segunda edição, que ele corrigiu drasticamente (na qual ele escreveu que o feto é plenamente humano, e que aborto nunca é justificável), ele (Geisler, 2010b, pág. 179-180) diz, a respeito de aborto para gravidez de risco (para salvar a vida da mãe): “É moralmente necessário tomar qualquer precaução médica para salvar a vida da mãe. Esse caso não pode ser caracterizado como um aborto... A intenção não é matar o bebê; é salvar a vida da mãe... Trata-se de uma questão de vida por vida, e não um aborto sob demanda... a mãe tem o direito de preservar a vida com base no direito de legítima defesa (Êx 22.2).

Não concordo com a opinião de Geisler acima. Randy Alcorn, que também não concorda, vai a fundo com a Bíblia e nega qualquer justificativa para abortar, incluindo essa de Norman Geisler, comparando a vida de uma menina grávida a um soldado na guerra (Alcorn, Randy; Pensando Biblicamente sobre o Aborto, 2014):

Alguns defensores do aborto afirmam que suas crenças têm a Bíblia como base. Eles afirmam que a Bíblia não proíbe o aborto. Eles estão errados. A Bíblia, de fato, proíbe enfaticamente a morte de pessoas inocentes (Êxodo 20:13) e considera claramente o nascituro como sendo um ser humano digno de proteção (21:22-25).

Jó descreveu graficamente a forma como Deus o criou antes de ele nascer (Jó 10:8-12). O que estava no ventre de sua mãe não era algo que poderia tornar-se Jó, mas alguém que era Jó – o mesmo homem, só que mais jovem. Para o profeta Isaías, Deus diz: “Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda” (Isaías 44:2). O que cada pessoa é, e não apenas o que ela pode se tornar, esteve presente no ventre de sua mãe.

Salmo 139:13-16 pinta um retrato vívido do envolvimento íntimo de Deus com uma pessoa antes de seu nascimento. Deus criou o “interior” de Davi, não no nascimento, mas antes do nascimento. Davi diz ao seu Criador, “tu me teceste no ventre de minha mãe” (versículo 13). Cada pessoa, independentemente de sua filiação ou deficiência, não foi fabricada em uma linha de montagem cósmica, mas criada pessoalmente por Deus. Todos os dias de nossas vidas são planejados por Deus antes de virmos a ser (versículo 16).

Meredith Kline observa: “O que há de mais importante a respeito da legislação do aborto na lei bíblica é que não há legislação nenhuma. Era tão inconcebível que uma mulher israelita pudesse desejar um aborto que não havia necessidade de mencionar esse crime no código penal”. Tudo o que se precisava para proibir o aborto era o mandamento “Não matarás” (Êxodo 20:13). Todo israelita sabia que o nascituro era uma criança. Assim como nós sabemos, se formos honestos. Nós todos sabemos que uma mulher grávida está “carregando uma criança”.

Toda criança no ventre é obra de Deus e faz parte do seu plano. Cristo ama essa criança e provou isso, tornando-se semelhante a ela – ele mesmo passou nove meses no ventre de sua mãe.

Assim como os termos criança e adolescente, embrião e feto não se referem a seres não humanos, mas a seres humanos em diferentes estágios de desenvolvimento. É cientificamente incorreto dizer que um embrião humano ou um feto não é um ser simplesmente porque ele está em uma fase mais prematura do que uma criança. Isso é a mesma coisa que dizer que uma criança não é um ser humano, porque ele ainda não é um adolescente. Será que alguém se torna mais humano quando cresce? Se assim for, então os adultos são mais humanos do que as crianças, e os jogadores de futebol são mais humanos do que os jóqueis. Algo que não é humano não se torna humano ou mais humano ao ficar mais velho ou maior; tudo o que for humano é humano desde o início, ou não é humano de jeito nenhum. O direito à vida não aumenta com a idade e o tamanho; caso contrário, as crianças e os adolescentes teriam menos direito de viver do que os adultos.

Uma vez que reconhecemos que os nascituros são seres humanos, a questão sobre o seu direito de viver deve ser resolvida, independente da forma como foram concebidos. É desigual a comparação entre os direitos das mães e os direitos dos bebês. O que está em jogo na grande maioria dos abortos é o estilo de vida da mãe, em oposição à vida do bebê. Nesses casos, é justo que a sociedade [mundana] espere que um adulto viva temporariamente com um inconveniente, se a única alternativa é matar uma criança.

Os defensores do aborto desviam a atenção da grande maioria dos abortos (99%) ao colocarem o foco sobre o estupro e o incesto por causa do fator simpatia. Eles dão a falsa impressão de que a gravidez é comum nesses casos. No entanto, nenhuma criança é um “produto desprezível de um estupro ou incesto”, mas sim uma criação de Deus única e maravilhosa feita à sua imagem. Para uma mulher vitimizada, pode ser muito mais benéfico ter e carregar uma criança do que saber que uma criança morreu em uma tentativa de reduzir o seu trauma.

Quando Alan Keyes se dirigiu aos alunos do ensino fundamental II em uma escola em Detroit, uma menina de treze anos de idade perguntou se ele faria uma exceção para o estupro em sua posição pró-vida. Ele respondeu com esta pergunta: “Se o seu pai estuprasse alguém (Deus nos livre), e nós o condenássemos por esse estupro, vocês acham que seria certo se, em seguida, nós disséssemos: ‘OK, pelo fato de seu pai ter sido culpado do estupro, nós mataremos você?’ A classe respondeu: “Não”. Quando lhe perguntaram por que uma garota teria que passar por uma gravidez, quando algo tão horrível aconteceu com ela, com sabedoria, ele fez a seguinte analogia (ao falar com um menino da classe dela):

Vamos supor que os Estados Unidos se envolvessem em uma guerra quando você tivesse 19 anos. E, sabemos que, em guerras no passado, tivemos um recrutamento e as pessoas de sua idade [soldados] eram recrutados e enviados para a guerra, certo? Então você teria que ser enviado. Você teria que viver em um campo de batalha. Você teria que arriscar a sua vida. E muitas pessoas, de fato, arriscam suas vidas, vivem em dificuldades todos os dias e, no final, elas morrem. Por quê? Elas estavam defendendo o quê? Nosso país e a sua liberdade. Elas tiveram que passar por dificuldades pela causa da liberdade, não é mesmo.

[O princípio da liberdade é que nossos direitos vêm de Deus. Você acha que é errado pedir às pessoas que façam sacrifícios para manter o respeito por esse princípio? Nós fizemos isso. Pedimos aos nossos soldados que fizessem isso nos campos de batalha, pedimos às pessoas que fizessem isso de todas as maneiras. E, no entanto, penso que seria correto pedir às mulheres deste país que o fizessem para respeitar quando se trata da vida no útero.

“Devíamos ajudá-las. Deveríamos estar lá. Precisamos amar, precisamos aconselhar e precisamos trabalhar com as pessoas para que, quando estiverem passando por um período dessa dificuldade, saibam que não é culpa delas e que Deus as ama e que nós as amamos.

Conteúdo dos colchetes retirados de: Prolife Info Digest, "What a Truly Pro Life Candidate Believes" (February 27, 2000), Disponível em: <https://www.epm.org/resources/2000/Feb/27/what-truly-pro-life-candidate-believes/>. Acesso em: Abr. 2024].

[Devemos ajudá-las com a dificuldade e a dor...] só que eu não acredito que seja certo pegar essa dor e torná-la pior… você sabe o que eu acrescento se eu permitir que se faça um aborto? Estou acrescentando o peso daquele aborto. E, em algum momento, a verdade de Deus que está escrita em seu coração retorna a você. E você é ferido por essa verdade.

Portanto, eu não acho justo, nem para a criança e nem para a mulher, deixar que esta tragédia tire a vida de ambos, a vida física da criança e a vida moral e espiritual da mãe. E nesta sociedade, eu acho que fazemos um mal terrível a ambos, porque não temos a coragem de nos posicionarmos a favor do que é verdadeiro (ProLife Info Digest, 2 de fevereiro de 2000).

Em seu livro, Victims and Victors [Vítimas e Vencedores], David Reardon e associados trazem a experiência de 192 mulheres que ficaram grávidas como resultado de estupro ou incesto. Acontece que quando as vítimas da violência falam por si, a opinião delas sobre o aborto é quase unânime e exatamente o oposto do que a maioria poderia prever: quase todas as mulheres entrevistadas disseram que se arrependeram de abortar seus bebês concebidos através de estupro ou incesto. Dentre as mulheres que deram uma opinião, mais de 90% disseram que desencorajariam outras vítimas de violência sexual a fazerem abortos. Nenhuma das que deram à luz uma criança expressou arrependimento.

A imposição de pena de morte ao filho inocente de um agressor sexual não traz nenhuma punição ao estuprador e nenhum benefício para a mulher. Criar uma segunda vítima nunca desfaz o dano causado à primeira. O aborto não traz a cura para uma vítima de estupro.

Os discípulos de Cristo não conseguiram entender como as crianças eram valiosas para ele, então eles repreendiam aquelas pessoas que tentavam trazê-las para perto dele (Lucas 18:15-17). Porém Jesus disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”. Ele considerou as crianças como parte do seu reino, e não uma distração.

A visão bíblica sobre os filhos é que eles são uma bênção e uma dádiva do Senhor (Salmo 127:3-5). No entanto, a cultura ocidental trata as crianças como obrigações. Temos de aprender a ver todas as crianças como Deus as vê, e devemos agir em relação a elas conforme ele nos manda agir. Devemos defender a causa do fraco e do órfão; manter os direitos dos pobres e dos oprimidos, salvar os fracos e os necessitados e libertá-los dos ímpios (Salmo 82:3-4).

Cristo afirmou que tudo o que fazemos, ou deixamos de fazer, aos filhos de Deus que são mais fracos e vulneráveis, nós fazemos, ou deixamos de fazer, a ele. No julgamento, “O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mateus 25:40). Randy Alcorn (2014).

Tiago Alencar, irmão na fé e advogado, que já deu muitas palestras e ensinos em igrejas sobre temas cristãos como aborto, acrescenta no caso de que a gravidez é de risco para a mãe, que nós cristãos fomos convidados a imitar Jesus, inclusive o amor que Ele oferece por nós. Aprendemos pela Palavra de Deus que devemos antes servir do que ser servido; antes dar do que receber; expressar o amor ao próximo como a si mesmo e expressar o amor ao próximo com o amor que Cristo amou a igreja. Além disso, se uma mãe não está disposta a dar a vida (ou assumir o risco de dar a vida) pelo próprio filho(a), pelo que ela estaria disposta a dar a vida? Somente a Deus? Eu acho um pouco questionável isso por parte de um cristão, mas respeitaria essa escolha, claro, pois ao menos juridicamente estamos tratando de uma vida por outra, e poder-se-ia argumentar que não é pecado... apesar disso, se uma mãe não está disposta a dar a vida ou assumir o risco de dar a vida pelo próprio filho(a), não deixa de ser uma manifestação não ideal (ou não perfeita) de amor ao próximo – ainda mais pois é seu próprio filho(a). Então, talvez, por não ser uma manifestação maior de amor pelo próximo, isso tudo pode ser até visto como pecado nesse sentido (sendo bem rigoroso com o conceito de pecado, como por exemplo Tiago 4.17 “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”; também pecado é “toda transgressão da lei moral de Deus”), pois o amor cristão é sacrificial, e temos que nos espelhar no exemplo de Jesus, além no exemplo dos apóstolos, que não tinham apreço pela própria vida: colocavam a missão que receberam de Deus acima de tudo, entregaram suas vidas ao Senhor, e devemos seguir esse exemplo. Para nós o morrer é lucro. Se não temos alternativa, a alternativa seria eliminar a vida do próprio filho(a)? Isso é inconcebível, temos que crer no milagre! Sim, oferece um risco, mas isso quem diz não é a medicina humana? Todavia, somos pessoas de fé e temos sempre que acreditar no milagre de Deus. Já houve casos que a gravidez era de risco, e tanto a mãe como a criança ficaram cem por cento saudáveis, pois o risco felizmente não se concretizou, mas há casos em que não só o feto, mas a própria mãe falece – a vontade de Deus é soberana, Ele tem seus propósitos, e estes estão muito bem agora, estão com Cristo no Paraíso aguardando a ressurreição física dos justos. A vida humana pela luz da Palavra de Deus vale mais do que qualquer mal ou injustiça que qualquer um de nós possa vir a sofrer, e não devemos agir sem a fé. A mãe deve agir com fé; também deve crer que o filho, mesmo que venha de um estupro, é uma dádiva de Deus, será uma bênção, e Deus há sim de cuidar tanto dela como da criança, e não temos embasamento bíblico para admitir o aborto em hipótese alguma. A verdade é essa. No presente, sabe-se que seria um absurdo, pela sociedade atual, pelo menos no mundo ocidental, defender o que a Palavra de Deus diz claramente.

Deve-se fazer aborto em caso de feto anencéfalo (ou debilidades semelhantemente graves)? Em primeiro lugar, com cérebro ou sem cérebro, é o filho legítimo de sua mãe – é o seu filho legítimo, herdou seu DNA. Em segundo lugar, a relação de uma mãe de fé com seu bebê com anencefalia é profunda – o filho é uma bênção dada por Deus (a Bíblia diz que os filhos são herança do Senhor) – e muitas vezes a relação é breve – pode morrer rápido, como em três horas após o parto, ou pode viver anos sem cérebro desafiando a medicina, é só ver as notícias – mas não o mate antes da hora, deixe Deus o levar no tempo Dele! Se Deus te deu um breve contato com seu legítimo filho, não despreze um segundo desse tempo e aproveite o momento – a duração desse momento é Deus quem sabe – com palavras de amor, carinho, união e afeto, ainda que só por uma hora no hospital! No céu, se você for para o céu com Cristo, você encontrará esse seu filho cujo contato foi breve e intenso, só que no céu ele será perfeito, portanto, ame-o! Existem orfanatos que recebem e cuidam de bebês com anencefalia, pois realmente alguns podem viver por anos como milagres vivos, portanto, se você não consegue cuidar dele – se sua rotina é avassaladora; se tem mais três filhos e sustenta sua casa – entregue-o para aqueles que podem cuidar dele com carinho e zelo verdadeiro, mesmo esse seu filho muitas vezes retribuindo esse carinho e zelo do jeito singelo dele, e não com muitas palavras! Amém.

 

É importante também frisarmos em que momento que a vida começa. Assim, conforme a ciência e a Bíblia, o início da vida se dá na concepção ou fertilização:

 

Bíblia

Gênesis 4.1 E CONHECEU Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um homem.

Lucas 1.31 E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. [e mais de cinquenta outros versículos...]

 

Ciência

Pregnancy Resource Center of Mountain Grove (2021) nos informa:

Um zigoto é o início de um novo ser humano. O desenvolvimento humano começa na fertilização [sinônimo de concepção, colchetes meus], o processo durante o qual um gameta masculino ou espermatozóide… se une a um gameta ou ovócito feminino… para formar uma única célula chamada zigoto. Esta célula totipotente altamente especializada marca o início de cada um de nós como um indivíduo único.” O Humano em Desenvolvimento: Embriologia Clinicamente Orientada, Keith L. Moore & T.V.N. Persaud, Mark G. Torchia.

Embora a vida seja um processo contínuo, a fertilização [concepção] é um marco crítico porque, em circunstâncias normais, um novo organismo humano geneticamente distinto é formado.” Extraído de Embriologia e Teratologia Humana, Ronan R. O’Rahilly, Fabiola Muller.

Quase todos os animais superiores começam suas vidas a partir de uma única célula, o óvulo fertilizado (zigoto)…. O momento da fertilização representa o ponto de partida na história de vida, ou ontogenia, do indivíduo.” Bruce M. Carlson, fundamentos da embriologia de Patten.

Diane Irving, M.A., Ph.D, resume grande parte do consenso científico em sua pesquisa na Universidade de Princeton:

Ou seja, após a fertilização [concepção], partes dos seres humanos foram realmente transformadas em algo muito diferente do que eram antes; eles foram transformados em um ser humano único e completo. Durante o processo de fertilização, o espermatozoide e o ovócito deixam de existir como tais e um novo ser humano é produzido.

Pregnancy Resource Center of Mountain Grove. When Does Human Life actually Begin? 18 de Janeiro de 2021. Disponível em: <https://prcofmg.net/when-does-human-life-begin/>. Acesso em: Abr. 2024.

Em 2016 descobriu-se que no exato momento da concepção ou fertilização (no início da vida) emite-se uma luz / faísca – ver o video “When Sperm Meets Egg” (Quando o esperma encontra o óvulo): “https://youtu.be/BJ2x_5MSuyg” – como se pode ver neste vídeo, durante a concepção, no início da vida, quando um espermatozoide encontra um óvulo, o primeiro sinal conhecido é que faíscas voam – literalmente.

Mais uma fonte: U.S. News and World Report (Dicker, Rachel. “During Conception, Human Eggs Emit Sparks”). 26 de abril de 2016. Disponível em: <https://www.usnews.com/news/articles/2016-04-26/human-eggs-emit-zinc-sparks-at-moment-of-fertilization>. Acesso em: Abr. 2024.

Essa fonte acima diz que durante a concepção, óvulos humanos emitem faíscas de luz. Ou seja, é o primeiro sinal da vida.

 

Portanto, conclui-se que ninguém hoje em dia pode negar o fato de que após a concepção ou fertilização a mulher (agora mãe) já carrega uma pessoa, um ser humano, no seu ventre – e, de acordo com a Palavra, um ser criado à imagem e semelhança de Deus, digno de proteção e de cuidados, que não pediu para nascer, mas amado(a) por Jesus, e que deseja ser amado(a) especialmente pela sua mãe!

Amém.

sábado, 13 de abril de 2024

Mais um parágrafo na Teologia Sistemática e no livro Batismo no Espírito Santo e Revestimento de Poder

Capítulo atualizado nos 2 livros: "A Antiga e a Nova Aliança."

Demorará algum tempo para ficar online para download, exceto no mediafire (abaixo), que já está atualizado:

https://www.mediafire.com/file/goflv7bfghu1lfm/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_F._Rossi_-_700p_abril_2%25C2%25AA_ed._clubedeautores.pdf/file

Pedro, quando negou a Jesus, embora salvo / justificado pela fé nos moldes do Antigo Testamento (vós [11 apóstolos] já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado Jo 15.3), não era ainda nascido de novo quando negou a Jesus, pois Jesus ainda não havia dado o Espírito Santo (João 7.39), mas ele era justificado pela fé como Jesus falava aos outros: tua fé te salvou. Quando Jesus disse que Pedro o negaria, disse também: quando te converteres [nasceres de novo], fortalece teus irmãos (Lucas 22.31-32). Pedro nasceu de novo depois da ressurreição quando recebeu o Espírito Santo, e o crente justificado e nascido de novo (salvo da nova aliança), em comparação ao apenas justificado (salvo da antiga aliança), não nega a Jesus: 1João 2.23 diz, na nova aliança, “Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; mas aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.”; Ezequiel 36.26-27 diz que Deus nos transforma interiormente no novo nascimento: E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.”; Jeremias 32.40 fala que o nascido de novo teme a Deus: “E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.”

Amém.

Coloquei mais um parágrafo na escatologia e na TS. (chaga mortal da besta de Apocalipse 13).

 Eis o parágrafo na seção 12.9 da Teologia Sistemática. Arquivo atualizado, mesmo link.

Vamos esclarecer Apocalipse 13.3 “E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta”: Como sua ferida mortal foi curada? Segundo Jim Gibson (2018), "Desde que Nero foi morto em 68 d.C., como então a “ferida mortal” foi curada? Bem, Nero foi o último da dinastia Julio-Claudiana do Césares, a família fundadora. Quando ele morreu, Roma foi mergulhada em uma grande guerra civil. Muitos motins eclodiram e muitos dos melhores edifícios de Roma foram queimados. Em menos de um ano, três imperadores haviam reivindicado essa honra, mas logo foram destronados. De fato, 69 d.C. ficou conhecido como o “ano dos quatro Césares”. A inquietação e a perturbação política não estavam isoladas apenas em Roma. Ele reverberou por todo o Império. No entanto, a paz e a calma retornaram quando Vespasiano se tornou imperador em 69 dC Assim, “a ferida mortal foi curada”. Por um breve período, o império romano estava à beira do colapso."

https://www.mediafire.com/file/goflv7bfghu1lfm/Teologia+Sistemática+Interdenominacional+-+Roberto+F.+Rossi+-+700p+abril+2ª+ed.+clubedeautores.pdf/file


sexta-feira, 12 de abril de 2024

Novidades

 Olá.

Retirei do ar o livro PRIDED: Uma Nova Soteriologia, de 2021, pois tudo está muito melhor explicado na teologia sistemática (e como um post nesse blog), e explicar brevemente coisas complexas faz com que elas sofram resistência e sejam mal compreendidas.

Retirei do ar o livro "Comentário Abreviado da Epístola de Paulo aos Romanos" até escrever mais uma edição para atualizar, principalmente, o comentário do capítulo 11 de romanos.

Retirei do ar meus 2 livros físicos no clube de autores (É Melhor SER do que TER: Provérbios Selecionados e Comentados; e o Comentário de Romanos), pois ninguém comprava mesmo pois tinha o PDF (smashwords), epub (apple) ou 1,99 amazon kindle.

Atualizado no clube de autores o livro Teologia Sistemática Interdenominacional para 700p. para quem gosta de ler em mãos (R$ 70), mas como o Senhor me ilumina pouco a pouco, e dia após dia (ainda que esteja 95% revisado), melhor esperar um pouco para comprar.

Graça e paz do Senhor, Roberto

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Fui orar de madrugada, e Deus me levou a Romanos 11. Teologia Sistemática Atualizada dia 12, 700p de novo, fonte 10.

PDF do dia 12. Atualizações abaixo. Atualização do dia 12 no último parágrafo abaixo.

Fui obrigado a voltar com 700p, fonte um ponto menor (10 para o corpo do texto).

Link novo:

https://www.mediafire.com/file/goflv7bfghu1lfm/Teologia+Sistemática+Interdenominacional+-+Roberto+F.+Rossi+-+700p+abril+2ª+ed.+clubedeautores.pdf/file

 

12.17.1 A Salvação de Israel conforme Romanos 11

Embora eu houvesse escrito algo sobre isso anteriormente, fui orar de madrugada em abril de 2024 e o Senhor me mostrou que faltava um dedinho de exatidão em mim, e me trouxe à lembrança Romanos 11, que fui ler com atenção. Assim, falemos sobre a salvação de Israel, profetizada por Isaías e ratificada pelo apóstolo Paulo em Romanos 11:

O apóstolo Paulo diz em Romanos 11.26: E assim todo o Israel será salvo...

Romanos 9-11 fala de judeus (um povo), e gentios (o resto do mundo), e como o evangelho alcançou os gentios até que entrasse a plenitude dos gentios, e depois todo Israel seria salvo.

Devo informar que Romanos 9-11 com certeza está realmente falando tanto do povo de Israel segundo a carne, em contradição aos gentios, como dos eleitos de Israel. Porém, a salvação tanto dos gentios como de Israel é só em Cristo. Romanos 9.6 diz que nem todos os que são de Israel são de Israel; Rm 9.8 diz que não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. E Romanos 9 é o mesmo assunto e a mesma perícope de Romanos 11. Portanto, quando Paulo diz que todo Israel será salvo, neste capítulo de Rm 11 especificamente, não está falando da Igreja/gentios (ainda que a Igreja seja o Israel de Deus), mas dos judeus crentes, em Cristo em comparação aos gentios convertidos.

Devemos notar cuidadosamente em Romanos 11 que desde Abraão até Cristo era a época dos judeus, na qual eles foram obedientes (quero dizer, os eleitos dentro deles, claro), e nós, gentios, desobedientes. Era salvo no Antigo testamento quem seguisse a fé dos judeus, pois Jesus disse para a mulher samaritana que a salvação veio dos judeus.

É claro que ninguém é nem foi salvo pela lei, nem Israel (Romanos 3:20). A lei convence do pecado, mas o Senhor salva pela Sua graça. Todos são salvos por Cristo, e pela fé, ainda que no Antigo Testamento Cristo não havia mostrado a plenitude do Reino de Deus na Terra.

Continuando, Lucas 21.24 conforme Romanos 11 diz que Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem: é conhecido que alguns séculos atrás o povo era muito mais cristão e temente a Deus do que no século 20 e 21, pois o evangelho havia chegado praticamente ao mundo todo diversas vezes, com diversos avivamentos. A América do Norte e a Europa eram praticamente cristãs séculos atrás, mas Satanás, sendo solto, enganou as pessoas das nações do mundo, incluindo os crentes carnais e os filhos dos fiéis trazendo apostasia, tirando Deus da consciência do homem, conforme explanado em algumas dessas seções.

E quando que Jerusalém foi pisada pelos gentios? Quando dela foram expulsos o povo judeu desde 70 d.C. (ou 66 d.C., no início da primeira guerra judaico-romana profetizada por Daniel, antes dos três primeiros anos e meio, [2] tempos, tempo e metade de um tempo...). E quando que Jerusalém foi novamente dos judeus? A razão e a experiência falam que foi quando os judeus voltaram para sua terra, voltando do mundo todo, criando o estado de Israel, que não são chamados nem de hebreus, nem de israelitas conforme o passado, mas israelenses.

Ok, mas todo o Israel será salvo? Olhe, nem no passado quando Israel era o único povo eleito todos os israelitas haviam sido salvos, pois é pela fé, havia os fiéis e os infiéis, trigo e joio, como nas denominações cristãs.

Desta maneira, não todo o povo, pois isso não existe (só no Céu), mas apenas os da fé são salvos, e não os que são da lei (cf. Romanos 9.30-32). Ou seja, os israelenses e gentios fora de Cristo, fora da fé e fora da graça não são salvos, mas os israelenses e gentios salvos por Cristo, pela fé e pela graça são eternamente salvos desde esta Terra.

Isso tudo porque o apóstolo Paulo também diz em Romanos 11 que Deus encerrou a todos na desobediência para com todos agir de misericórdia: de Abraão até Cristo, pouco mais de dois mil anos em que o povo de misericórdia era judeu, e os endurecidos, os gentios. De Cristo até o final dos tempos dos gentios, os povos de misericórdia eram os gentios, e os endurecidos, judeus (claro que algumas pessoas sempre são salvas por Cristo, mesmo no endurecimento). Agora, depois da criação do Estado de Israel pela providência de Deus, conforme Romanos 11, depois que a plenitude dos gentios havia entrado (pois o evangelho chegou a todo o mundo – interpretando isso com bom senso – diversas vezes), o endurecimento foi retirado sobre Israel (Rm 11.25-27), e Jesus os lavará dos seus pecados (os eleitos, claro), assim como aos gentios:

Rm 11.25b-27 ...que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: de Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades. E esta será a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.

E a aliança que será feita com eles, é obviamente a aliança de nosso Senhor Jesus Cristo, a mesma que a nossa, pois senão seria uma blasfêmia e confusão conforme mostra o “APÊNDICE C – Aliancismo versus Dispensacionalismo; Reflexão sobre o Milênio na visão Dispensacionalista versus a Escritura Sagrada: A Consequência de se Interpretar Profecias do Antigo Testamento Literalmente”.

Quando Deus lhes tirar os pecados (ou se já estiver tirando desde o avivamento da independência de seu país), não tirará obviamente do povo todo, mas apenas dos que estão em Cristo: judeus crentes. A salvação é só em Jesus, Solus Christus.

Falando sobre os judeus crentes, Romanos 11.12 “E se a sua queda [queda de Israel] é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” e Romanos 11.24 “Porque, se tu [gentio] foste cortado da natural oliveira brava e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses [judeus], que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! mostra que muitos dos judeus crentes são mais fiéis, tementes a Deus e agradáveis a Deus dando melhor fruto do que os gentios crentes, especialmente nesses dias de apostasia (em que só falta Jesus voltar), pois é natural para eles, e não como nós, gentios, que éramos oliveiras bravas e fomos enxertados na boa oliveira! Se um avivamento entre os gentios traz grande salvação, imagine entre os judeus, visto que até Jesus era judeu!

Os judeus como povo não são mais povo escolhido de Deus da mesma forma que no Antigo Testamento: o Novo Testamento considera que o povo judeu verdadeiro e eleito é o povo constituído por judeus crentes em Cristo (Deus não rejeitou Israel cf. Romanos 11.1-5, que são as pessoas de origem judaica que são da fé e da promessa: fé cf. Romanos 9.30-32; promessa cf. Romanos 9.6-8), assim como a Igreja verdadeira é constituída apenas de salvos (incluindo esses judeus crentes acima), e não de denominações.

Rejeitamos afirmações como “o tempo da graça já acabou” pois não são afirmações verdadeiras, uma vez que quando Israel estava endurecido ainda havia salvação a todo israelita que quisesse ser da fé em Cristo, e quando os gentios estavam endurecidos, ainda havia salvação a todos aqueles que quisessem servir ao Deus de Israel mesmo fora de Israel, como Naamã. Deus dá chance a todos. E Jesus breve voltará fechando a “arca da salvação” a judeus e gentios (todos), e logo em seguida virão o julgamento final e a eternidade.

Creio que só falta Jesus voltar, e receber os seus filhos eleitos, sejam judeus ou gentios, na glória do Pai e no Reino eterno do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Amém.


Doutrina da Igreja, Introdução, 11.1

A Igreja, que é o novo Israel de Deus (pela fé), substituiu Israel (com seus moldes do Antigo Testamento) na nova aliança (significa que Deus trata Israel no período do Novo Testamento (que se inicia na ressurreição de Cristo e termina na eternidade) da mesma maneira que trata a Igreja do Novo Testamento): 1Pedro 2.9,10 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia; Mateus 21.43 Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado [Israel na antiga aliança], e será dado a uma nação que dê os seus frutos [judeus e gentios crentes: Igreja].


Questão 30 das 80 questões que farão de você um ateu respondidas por um cristão:

Deus preservou a Israel principalmente para trazer o Cristo com a Sua Salvação, e para cumprir com as promessas a Abraão, Moisés, Davi etc. além de eleger indivíduos fiéis (no AT, apenas judeus, no NT, judeus e gentios crentes). Eis que Cristo já veio e disse em Mateus 24 em diante: e matar-vos-ão (Mateus 24.9), como Cristo também morreu, e como 100 mil cristãos morrem todo ano por amor a Deus e vão direto conscientes à vida eterna com Cristo, onde receberão grande recompensa nos céus por ficarem fiéis até a morte. Os judeus como povo não são mais povo escolhido de Deus da mesma forma que no Antigo Testamento: o Novo Testamento considera que o povo judeu verdadeiro e eleito/escolhido é o povo constituído por judeus crentes em Cristo (Deus não rejeitou Israel cf. Romanos 11.1-5, que são as pessoas de origem judaica que são da fé e da promessa: fé cf. Romanos 9.30-32; promessa cf. Romanos 9.6-8). O povo judeu da época de Jesus, cuja maioria se justificava pela lei, rejeitou ao Senhor Jesus como messias e foi penalizado pela Tribulação de 70 d.C. (martírio): falaram “o Seu Sangue caia sobre nós”. Eis que apenas os judeus crentes são salvos e povo escolhido. Ninguém será salvo pela lei de Moisés, ainda que seja Israel, mas é pela fé. Os crentes (sejam judeus ou gentios, judeus ou o resto do mundo) pela fé são o Israel de Deus, pois somos descendentes de Abraão, que foi o pai tanto dos judeus (circuncisão) como dos gentios (não judeus; a incircuncisão (ver Romanos)).



Apêndice do Aliancismo vs Dispensacionalismo (Escatologia e Teologia Sistemática, 12h- 12/abr/24, mesmo link.

Para esclarecimento, Israel não é mais povo de Deus no período neotestamentário nos mesmos moldes do Antigo Testamento, com sacrifícios, templo, sacerdotes, lei mosaica etc., mas no período do Novo Testamento / nova aliança (que se inicia na ressurreição e termina na eternidade) Deus considera Israel como povo escolhido de judeus convertidos em Cristo, e Ele os trata como trata a Igreja do Senhor, com a mesma Nova Aliança, pois a Igreja Universal, Mística e Una é composta tanto de judeus como gentios da fé em Cristo, constituída de pessoas salvas, e nela estão inclusos os salvos do povo de Israel, e Israel não foi rejeitado por Deus (isso não quer dizer que algum sacrifício futuro de animais num eventual templo voltará a ter valor diante de Deus – não vai – pois o de Cristo foi o supremo e último sacrifício diante de Deus, perfeito e celestial). Maior esclarecimento na seção 12.17.1 A Salvação de Israel conforme Romanos 11.


sábado, 6 de abril de 2024

Deus me deu mais um parágrafo, e me esclareceu esse assunto. PDF atualizado, mesmo link.

Graça e paz! 

Link da Teologia Sistemática (PDF) de 7/abr/24.

Lindo parágrafo que Deus me deu dia 6 e 7 sobre o Espírito Santo, seção 3.6 (é o quarto parágrafo, o maior):

Dia 7 - pequenas correções e acrescentada frase: "o Espírito também nos ama" no meio do quarto parágrafo; também neste dia aprimorei esse parágrafo na conclusão da seção 3.4 sobre a procedência do Espírito também do Filho:

pág. 85 (7/abr/24)

Portanto, Deus Pai é eternamente a fonte da divindade, não gerado; Deus Filho é eternamente gerado do Pai; e Deus Espírito Santo é eternamente procedente do Pai, e eternamente enviado do Filho (ou eternamente procedente do Pai e do Filho, tanto faz). Por que coloquei tantas vezes eternamente? Porque, dando uma última ênfase, isso nunca foi diferente, pois Deus é imutável – não muda, nunca mudou!


págs. 96-98 (7/abr/24)

A Essência de Deus

Depois de tudo isso, podemos concluir e avançar um pouco no raciocínio. Assim como uma pessoa qualquer (como eu e você) não pode ser conhecida meramente por afirmações, ainda que sejam verdadeiras afirmações de nossa pessoa, assim também não conhecemos a Deus verdadeiramente e intensamente apenas com afirmações de atributos, mas conhecemos o que de Deus se pode conhecer (o que Ele se revelou Dele mesmo) com um relacionamento pessoal com Jesus Cristo pelo Espírito Santo na preparação de Deus Pai.

O nome Yahweh em Êxodo 3 dito por Deus mesmo (que é Ehyeh) significa EU SOU (lembre-se de que o nome de Deus dito por uma criatura, Yahweh, significa Ele É). Desta maneira, a essência de Deus também reside no fato de que Deus é o Ser Absoluto, a própria “Realidade Absoluta” (Piper, John, 2020, Who Is Yahweh?), compartilhada entre as três Pessoas da Trindade. Deus é criador de tudo, causador de tudo; tudo o que existe existe Nele. O apóstolo Paulo disse em Atos 17 que “nele [em Deus] vivemos, e nos movemos, e existimos”, “pois ele [Deus] mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas”.

A essência de Deus, além do significado de Ser Absoluto – o Eu Sou (do qual todas as coisas, substâncias e seres derivam) – conforme João indica, conforme a Pessoa e o sacrifício de Cristo, conforme o relacionamento com o Espírito diariamente, e conforme o relacionamento com o Pai em oração claramente indica é o AMOR (1João 4).

Mas eu discordo de Agostinho (1995) e Stanley Grenz (2000) que isso significa que o Espírito é o amor em que o Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai conforme Agostinho escreveu, pois o Espírito é uma Pessoa também, e não algo impessoal, nem um atributo divino (ou vários). Já observei alguns caindo neste erro ou inconsistência. Romanos 15.30 (ACF, pelo amor do Espírito) mostra que o Espírito, sendo Pessoa, assim como o Pai e o Filho, também ama, e assim na relação das três Pessoas da Deidade (também baseando-me secundariamente na teoria social da Trindade), o Pai também ama o Espírito e vice-versa, o Filho também ama o Espírito e vice-versa e o Espírito também nos ama (deste modo não defendo coisas como Agostinho fez, falando que o “Pai é o amante, o Filho é o amado, e o Espírito Santo é o amor”, com a qual não creio que a Escritura como um todo e a sã teologia concorde). Como o Espírito é uma Pessoa, a Escritura em João 16.13-15 mostra um relacionamento pessoal do Filho e do Pai com a Pessoa do Espírito (Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas [o Espírito Santo] dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque [Ele, o Espírito Santo] há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que [o Espírito Santo] há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar). É claro que o Espírito é Amor também, como o Pai é a fonte da Divindade (1Jo 5.1b, Hb 1.5, Jo 15.26) e como o Filho é o Poder, Sabedoria (1Co 1.24) e Palavra de Deus (Jo 1.1), mas não podemos extrapolar com isso, pois, acima de tudo, o Pai, Filho e Espírito são três Pessoas, três “centros distintos de conhecimento, amor, vontade e ação” como disse Boécio no Séc. VI, que se relacionam entre Si e conosco e que são ligados pela essência divina de Deus que se chama Yahweh - a realidade absoluta, o Eu Sou, o ser Absoluto em Amor (sem rejeitar o ciúme benigno do amor de Deus).

Portanto, em contradição com a realidade do mundo longe de Deus, o que vejo e creio que é possível de se afirmar com precisão, olhando toda a Bíblia, toda a cosmovisão cristã, todo o histórico da Igreja, e todo o relacionamento de Deus com seu povo por Cristo e pelo Espírito Santo, unindo o significado do nome de Deus, Yahweh (de Êxodo 3), com o Novo Testamento, que trouxe luz ao Antigo, é que Deus Triuno é a Realidade Absoluta (da qual originalmente todas as outras realidades derivam) regida por Amor e que permanece eternamente em Amor.

Amém!

pdf (mesmo link):

https://www.mediafire.com/file/h3vhvb3vyjf96wm/Teologia_Sistem%25C3%25A1tica_Interdenominacional_-_Roberto_F._Rossi_-_800p_abril_2%25C2%25AA_ed._clubedeautores.pdf/file



Bom dia na paz de Jesus!

 A paz!

Esqueci de mencionar neste blog um dos motivos de eu ter me afastado um pouco da conclusão de Agostinho sobre o Espírito Santo ser o amor entre o Pai e o Filho com todas as letras, o que faria Ele parecer de certa forma e hereticamente impessoal, ou um sentimento, e me aproximado da noção de pessoa de Boécio (séc. V) para cada uma das Pessoas da Trindade: "centros distintos de conhecimento, amor, vontade e ação."

Por isso, na edição de 2 ou 3 de abril eu escrevi na doutrina do Espírito Santo (Teologia Sistemática Interdenominacional, cap. 5 seção 1):

O Espírito Santo é uma Pessoa, e não uma força ativa, nem um sentimento. Gosto muito desse trecho de João, que fala do relacionamento pessoal do Pai e do Filho com o Espírito Santo: 

13 Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.

14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.

15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. (João 16:13-15 acf)

O Espírito Santo recebeu do que é de Jesus e do Pai, e depois o anunciou. Concluo que é uma Pessoa e que o Espírito também ama o Pai e o Filho e vice-versa.

PORTANTO,

acrescentarei um parágrafo ao livro "Tentando entender um pouco mais da Trindade através da Teologia e da Filosofia":

O Espírito é uma Pessoa, e não uma força ativa, nem um sentimento: gosto muito desse trecho de João 16.13-15, que mostra um relacionamento pessoal do Filho e do Pai com a Pessoa do Espírito: (13 Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas [o Espírito Santo] dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. 14 Ele me glorificará, porque [Ele, o Espírito Santo] há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. 15 Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que [o Espírito Santo] há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar).

Amém

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Tentando entender um pouco mais da Trindade através da Teologia e da Filosofia: 2ª edição.

Tentando entender um pouco mais da Trindade através da Teologia e da Filosofia: 2ª edição no smashwords.com e já chegou também na apple. Foram feitas grandes atualizações para ficar igual a Teologia Sistemática.

https://www.smashwords.com/books/view/1113158


Todos os meus 29 livros gratuitos no smashwords.com:

https://www.smashwords.com/profile/view/RobertoRossi


Deus abençoe.

Roberto

terça-feira, 2 de abril de 2024

Atualizações na Teologia Sistemática e PDFs

Graça e paz

Estou compartilhando o que estou aprimorando abaixo.

PDFs:

O nome de Deus em hebraico (sem fonte heterodoxa):

https://www.mediafire.com/file/0wkmzvh5q9vrw5v/O+Nome+Pessoal+de+Deus+em+Hebraico.pdf/file

Teologia Sistemática Interdenominacional, 800p., 2/abril/2024:

https://www.mediafire.com/file/h3vhvb3vyjf96wm/Teologia+Sistemática+Interdenominacional+-+Roberto+F.+Rossi+-+800p+abril+2ª+ed.+clubedeautores.pdf/file

Diversas coisas atualizadas, inclusive referências bibliográficas, substituído wikipedia etc. as principais atualizações ficam neste blog. Atualizações de abril e final de março abaixo.


3.6 Deus É Amor. A Essência de Deus: Podemos Conhecer a Deus?

Stanley Grenz, 2000, em sua obra Theology for the Community of God, faz uma explanação sobre o Amor de Deus, complementando a seção sobre a Doutrina de Deus. O raciocínio abaixo não exclui nenhum outro atributo divino citado anteriormente:

A doutrina da Trindade constitui a base para a concepção cristã da essência de Deus. Por esta razão, carrega profundas implicações para nossa compreensão da realidade divina.

Como o apóstolo indica, a essência de Deus é Amor (1Jo 4.8). Por toda a eternidade a vida divina - a vida do Pai, Filho e Espírito - é melhor caracterizada pela nossa palavra "amor". O amor, portanto, isto é, a autodedicação recíproca dos membros trinitários, constrói a unidade do único Deus. Não há outro Deus além do Pai, Filho e Espírito, ligados juntos por toda a eternidade.

Quando visto em termos do seu papel na doutrina da Trindade, o termo “amor” oferece uma janela na profundidade da realidade de Deus como entendido pela tradição cristã. O Amor trinitariano descreve a vida interna de Deus – Deus como Deus fora de qualquer referência à Criação.

A explicação de como o amor pode ser a essência de Deus permanece na natureza triuna de Deus como Pai, Filho e Espírito. Amor é um termo relacional, que requer tanto o sujeito como o objeto (alguém ama algum outro). Se Deus fosse um sujeito de ação solitário, uma pessoa separada do Pai, do Filho e do Espírito, Deus exigiria o mundo como objeto de seu amor para ser quem ele é, ou seja, o Amado. Mas porque Deus é triuno, a realidade divina já compreende tanto o sujeito quanto o objeto do amor.

[Assim, o Pai ama o Filho e o Espírito. O Filho ama o Pai e o Espírito. O Espírito ama o Pai e o Filho].

De um modo teológico, então, a afirmação de João de que Deus é Amor, refere-se primeiramente à relação intratrinitariana dentro do eterno Deus. Deus está em amor consigo mesmo. Em suma, por toda a eternidade Deus é a Trindade social, a comunidade de amor.

Visto que Deus é amor à parte da criação do mundo, o amor caracteriza Deus. O amor é a essência eterna do único Deus. Mas isso significa que o amor trinitário não é apenas um atributo de Deus entre muitos. Em vez disso, o amor é o "atributo" fundamental de Deus. "Deus é amor" é a declaração ontológica fundamental que podemos declarar a respeito da essência divina.

Porque por toda a eternidade e à parte do mundo, o único Deus é amor, o Deus que é amor não pode deixar de responder ao mundo de acordo com sua própria essência eterna, que é o amor. Assim, esta característica essencial de Deus também descreve a maneira como Deus interage com o seu mundo. O "amor", portanto, não é apenas a descrição do Deus eterno em si mesmo, é também a característica fundamental de Deus na relação com a criação. Com profunda visão teológica, portanto, João irrompe: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu..." (João 3:16).

O atributo fundamental de Deus, a declaração central e básica que podemos afirmar sobre a essência de Deus, é "Deus é amor". Não há Deus senão o Pai e o Filho [e o Espírito Santo] por toda a eternidade unidos pelo amor... É apenas dentro desse contexto que podemos entender as supostas afirmações "obscuras" a respeito de Deus, incluindo sua santidade, natureza ciumenta e ira.

No século vinte, muitos teólogos afirmaram que a santidade, que inclui a disposição resoluta de Deus contra o pecado - e não apenas o amor - deve ser classificada entre os atributos morais fundamentais de Deus. Brunner (Brunner, The Christian Doctrine of God, pág. 163, 167, 183), por exemplo, falou de uma "dialética" ou "dualismo paradoxal" de santidade e amor. Louis Berkhof listou três atribuições morais, que ele viu como "as mais gloriosas das perfeições divinas": bondade (sob a qual ele incluiu o amor), santidade e justiça (Louis Berkhof, Systematic Theology, revised edition, Grand Rapids: Eerdmans, 1953, pág. 70-76). E o grande pensador batista Augustus Hopkins Strong elevou a santidade a "o atributo fundamental em Deus" (Augustus Hopkins Strong, Systematic Theology, three volumes, Philadelphia: Griffith and Rowland, 1907, 1:296).

Em parte, essa ampliação da santidade como atributo divino central é motivada pelo desejo de proteger a prerrogativa de Deus de condenar pecadores impenitentes e, por sua vez, tornar palatável a doutrina do inferno. Bem compreendido, porém, o amor inclui dentro dele o que esse interesse busca preservar. Em termos simples, a presença do pecado transforma a experiência do amor divino da bem-aventurança pretendida por Deus em ira.

A possibilidade de experimentar o amor como ira surge da própria natureza do amor. Vinculado ao amor está um ciúme protetor. Como observou James I. Packer (James I. Packer, Knowing God, Downers Grove, InterVarsity, 1973, pág. 154), além da atitude pecaminosa e viciosa que geralmente associamos ao termo, os humanos também exibem outro ciúme, o "zelo para proteger um relacionamento de amor ou para vingá-lo quando rompido". Packer então aplicou isso a Deus: "Agora, as Escrituras consistentemente veem o ciúme de Deus como sendo deste último tipo, isto é, como um aspecto de sua aliança de amor por seu próprio povo."

O amor genuíno, portanto, é positivamente ciumento. É protetor, pois o verdadeiro amante procura manter, até mesmo defender, o relacionamento amoroso sempre que ele é ameaçado de ruptura, destruição ou intrusão externa. Sempre que outra pessoa procura ferir ou minar o relacionamento amoroso, ela experimenta o ciúme do amor, que chamamos de "ira". Quando falta essa dimensão, o amor degenera em mero sentimentalismo.

É assim que podemos entender que o Amado é um Deus de zelo e de ira. Aqueles que querem minar o amor que Deus derrama pelo mundo, experimentam seu amor na forma de ira.

A santidade, o ciúme e a ira de Deus diante do pecado também podem ser vistos de outra maneira. O amor de Deus pela criação significa que ele deseja que cada pessoa se torne tudo o que Deus planejou para a humanidade [1Tm 2.4]. Isso forma o plano de fundo teológico para a repetida ordenação bíblica de que sejamos santos (por exemplo, Êxodo 20:3-6). Mas, à medida que os humanos rejeitam o desígnio divino, eles sofrem a realização de seu curso de ação rebelde escolhido. Eles continuam sendo os recipientes do amor de Deus, mas experimentam esse amor na forma de ira.

A manifestação final da rejeição do amor de Deus é uma experiência sem fim da ira do Amante eterno. O inferno, portanto, não é a experiência da ausência do amor de Deus. Deus ama sua criação com um amor eterno. Portanto, o amor de Deus está presente até no inferno. Mas no inferno as pessoas experimentam a presença do amor divino na forma de ira. [Porque Deus não odeia ninguém, ainda que seja no inferno, do mesmo modo que uma pessoa má faria, pois Deus é Amor, colchetes meus].

A declaração "Deus é amor" constitui a base para a nossa compreensão dos chamados atributos morais de Deus. Estes incluem termos como "graça", "misericórdia" e "longanimidade" – termos que falam da bondade de Deus. Todas essas palavras, no entanto, são mais bem vistas como várias tentativas de descrever as dimensões do caráter fundamental de Deus – o amor – conforme é experimentado por sua criação. Porque Deus é amor, Deus é bom – isto é, gracioso, misericordioso e longânimo – em tudo o que faz. Acima de tudo, porque Deus ama, ele busca a salvação e a renovação da criação caída.” Grenz, Stanley (2000).

 

O Espírito Santo e o Amor

Para se aprofundar no amor de Deus, vamos ver a relação do Espírito com o Amor Perfeito de Deus.

A Bíblia dá a entender que o Pai é a fonte da Divindade, que gerou eternamente o Filho e Dele procede eternamente o Espírito. A Bíblia diz também que o Filho é Sabedoria e Poder de Deus pelo apóstolo Paulo. Nessa mesma linha, também dá a entender que o Espírito Santo é Amor: Leia o ANEXO E – O ESPÍRITO SANTO E O AMOR, POR AGOSTINHO DE HIPONA.

Se ainda não ficou esclarecido com Agostinho, deixe-me tentar:

Alguém pode dizer que não se pode chamar o Espírito Santo de Amor pois Agostinho usava a tradução conhecida como Vulgata, e, porque, penso eu, como era a doutrina da salvação de alguns, “o amor precede a fé salvadora”. Portanto, vou explicar isso usando a ACF (Almeida Corrigida Fiel) com a ótica protestante da doutrina da salvação, em breves palavras, baseado no raciocínio de Agostinho, para mostrar que vale sim dizer que o Espírito Santo pode ser chamado de Amor:

1 João 4:7,8 “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.”

Explicação. Qualquer que ama, como Deus é amor, é nascido de Deus, conhece a Deus, e recebeu esse amor de Deus.

1 João 4:12,13 “Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito.”

Explicação. Como ninguém jamais viu a Deus, sabemos de outra forma (no caso, palpável e visível) que Deus está em nós, como? “Se nos amamos uns aos outros”. Se Deus está em nós, somos nascidos de novo e amamos os irmãos (1Jo 4.7,8 “qualquer que ama [já] é nascido de Deus e conhece a Deus”).

Em nós é perfeito o seu amor”: Como é Deus que está em nós, e Deus é amor, segue que o Amor que o nascido de novo tem dentro dele, que é Deus, é perfeito. Se o amor com que amamos os irmãos fosse um fruto imperfeito, não seria perfeito, mas o amor que é Deus, que está em nós, é perfeito (manifestado como fruto perfeito em 1Co 13) porque senão não seria Deus, que é absolutamente Perfeito e cuja essência é o Amor.

Leia 1Jo 4.12,13: “Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito”. Agora voltemos um pouco no raciocínio: Como conhecemos que estamos nele (e ele em nós)?

1.      1. Conhecemos que estamos nele, e ele em nós ao amarmos os irmãos (1Jo 4.8 “Qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”; 1Jo 4.12 “Se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós”), amor de natureza perfeita.

2.     2. E o que o apóstolo João complementa? Que sabemos que Deus está em nós, e nós Nele não só por Deus-Amor Perfeito estar em nós, e não só por manifestar o amor aos outros, mas: “nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito.” Então também conhecemos que estamos nele e ele em nós por causa do Espírito Santo que habita em nós! Portanto, o Espírito Santo, que é Deus, é Amor. Pelo contexto, João relaciona claramente o Espírito Santo com o Amor perfeito de Deus, pois é por ambos que conhecemos que estamos nele e ele em nós! Sendo Deus (tanto o Pai, como o Filho, como o Espírito, como os Três juntos) Amor, quem mais propriamente seria chamado de Amor senão o Espírito Santo, pois o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5:5)?

3. Concluímos que o apóstolo diz que estamos em Deus e Deus em nós por causa do Seu Amor Perfeito em nós; estamos também em Deus, e Deus em nós, por causa do Seu Espírito. Portanto, o Espírito Santo em essência, é Amor, e não vejo problema em chamá-lo, humildemente e respeitosamente, assim.

 

Outros versículos que relacionam a forte relação do Espírito com o Amor:

Romanos 5:5 "E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado."

Romanos 15:30 "E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;"

Gálatas 5:22a "Mas o fruto do Espírito é: amor... "

Colossenses 1:8 "O qual nos declarou também o vosso amor no Espírito."

II Timóteo 1:7 “Pois Deus não nos deu um Espírito que produz temor e covardia, mas sim [...] amor [...]. (Nova Versão Transformadora, 2016).

I Pedro 1:22 "Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro;"

 

Ainda, se alguém pecar/blasfemar contra o Pai e o Filho pode-lhe ser perdoado, mas contra o Espírito Santo (que é Amor), não lhe será perdoado nem nesta vida, nem na vindoura. E por que isso? Justamente que aquele que pisa no amor de Deus, mesmo sendo também o Pai e o Filho também amor, recebe sua justa condenação.

Inclusive quem tem um relacionamento há muitos e muitos anos com o Espírito Santo, pois somos templos dele, sabe que Ele é Amor, e, seja nos abençoando diretamente e diariamente, seja nos guiando no coração, seja nos repreendendo quando pisamos fora do caminho, sabe que o Espírito nunca desistiu de nós, mas sempre nos envolve com Sua doce Presença.

Amém.

 

O Amor de Deus em Jacó Armínio

Continuando, Armínio, nas suas Obras de Armínio, Vol. 2 (2015), considera que um dos afetos primitivos de Deus é o amor, afeto de união em Deus. O amor é logicamente oposto ao ódio, afeto de separação em Deus, que flui do amor: “Uma vez que Deus ama, propriamente, a si mesmo e o bem da justiça e, pelo mesmo impulso, detesta a iniquidade; e uma vez que Ele ama, em segundo lugar, a criatura e a sua bem-aventurança e, nesse impulso, detesta a desgraça da criatura, isto é, deseja que ela seja removida da criatura, consequentemente, Ele detesta a criatura que persevera na injustiça e que ama a sua infelicidade.”

Unindo os conceitos de Stanley Grenz com Jacó Armínio, no qual o primeiro fala que Deus ama a todos, seja com amor ou com o ciúme do amor ou ira, e o último fala que Deus detesta ou “odeia” [odeia segundo Armínio significa estar separado Dele] a criatura que persevera na injustiça e que ama a sua infelicidade, concluo que o ciúme do amor ou ira de que fala Grenz pode ser identificado com o conceito de separação [“ódio”] de Deus para com o homem, segundo Armínio. Nesse livro trataremos que Deus ama a todos, seja com o amor íntimo, ou com o amor incondicional, ou com o amor em forma de ira.

Veja também a subseção “O Amor e Propósito de Deus versus a Eleição Calvinista” na doutrina da Salvação, seção “da Eterna Eleição de Deus”.

 

Os Atributos e a Essência de Deus

Depois de todos esses complexos raciocínios na doutrina de Deus, vale a pena refletirmos sobre a relação entre os atributos conhecidos e a essência/substância/natureza de Deus. Sabemos que a Bíblia com suas afirmações/atributos de Deus é a verdade absoluta pois foi inspirada pelo Espírito, e que a teologia, por sua vez, é limitada pela mente humana. Deste modo, o quanto podemos conhecer, de fato, na nossa mente limitada, a essência e o ser absoluto de Deus com absoluta certeza, pelos seus atributos? De acordo com Stanley Grenz (2000),

Em vez de afirmações estritas [de atributos] que pretendem representar um conhecimento objetivo e “científico” sobre Deus, os atributos são expressões que surgem da nossa experiência do Deus que se relaciona com os humanos e o mundo. Consequentemente, as descrições na forma de atributos são projetadas para facilitar e evocar louvores da comunidade de fé. Eles facilitam o louvor daqueles que conhecem a Deus de maneira pessoal. As afirmações atributivas não transmitem conhecimento da essência de Deus como uma realidade estática ou isolada do mundo [porém, se os atributos estão na Palavra (em contradição aos raciocínios e atributos construídos racionalmente por teólogos), que é inspirada, são verdade absoluta e pura realidade em Deus, colchetes meus, Roberto]. Em vez disso, as nossas descrições do Deus que conhecemos são tentativas de descrever o Deus em relacionamento. Através de tais declarações [baseadas na teologia e filosofia, colchetes meus], falamos sobre as relações eternas do Deus Triuno e a realidade de Deus no relacionamento com a criação, principalmente conosco. Deus não pode ser conhecido meramente por meio de uma compreensão intelectual de várias afirmações que pretendem descrever a sua natureza eterna. Assim, os vários atributos que os teólogos tradicionalmente atribuem a Deus não medeiam [de mediar, transmitir] o conhecimento de Deus. Deus é conhecido pessoalmente – como uma pessoa é conhecida – através do encontro pessoal, e nunca como um objeto que examinamos. Os atributos tradicionais de Deus funcionam como um lembrete útil da perfeição de Deus em comparação com seres humanos e o universo. Eles servem para mostrar a grandeza de Deus, quando comparamos Deus com o universo que ele criou. Grenz (2000).

Entretanto, a Escritura afirma e testifica que parte de Deus pode ser conhecido com certeza absoluta, mesmo na nossa mente limitada, pois Deus se revelou a nós de diversas maneiras. Por exemplo: Romanos 1:19-21a Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças...

As afirmações, atributos e pensamentos de Deus declarados por Ele mesmo na Bíblia são verdade absoluta (Deus não pode mentir e a Escritura é inerrante), e por eles realmente conhecemos, mesmo na nossa mente limitada, parte da essência e da verdade absoluta de Deus em Si mesmo, como Ele é fora da criação, pois somos imagem Dele.

Mas, claro, como a Bíblia é verdade absoluta e a teologia não, afirmações concebidas racionalmente, de fora da bíblia, por seres humanos como nós – como as da teologia – não nos fazem compreender a essência de Deus em Si mesmo, como escreveu Stanley Grenz (2000) acima, mas foram concebidas racionalmente para edificação e para louvor da glória de Deus na terra. Porém, conhecemos o Senhor nosso Deus, de fato, não através de afirmações de atributos descritivos, mas através de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, pelo Espírito de amor.

Se uma criança não compreende com maestria as conversas de adultos com seus raciocínios, assim também nós não compreendemos plenamente o Senhor nosso Deus nesta vida, mas em parte - a Bíblia afirma que verdadeiramente conhecemos em parte, e isso não é ilusão, nem relativo (1Coríntios 13:12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então [na eternidade] veremos face a face; agora conheço em parte, mas então [na eternidade] conhecerei como também sou conhecido). A verdade absoluta é a Palavra de Deus. E ela também diz que devemos ser humildes como meninos para entrarmos no Reino dos céus.

Veja também a conclusão da subseção 10.5.2.2 Os Decretos de Deus, da relação do nosso conhecimento atual com a Mente de Deus.

Para olhar para a plenitude de Deus, basta olhar para Cristo, o resplendor da Glória de Deus e a expressa imagem do Pai. Cristo nos revelou tudo o que ouviu do Pai, pelo Espírito, conforme a Escritura.

 

A Essência de Deus

Depois de tudo isso, podemos concluir e avançar um pouco no raciocínio. Assim como uma pessoa qualquer (como eu e você) não pode ser conhecida meramente por afirmações, ainda que sejam verdadeiras afirmações de nossa pessoa, assim também não conhecemos a Deus verdadeiramente e intensamente apenas com afirmações de atributos, mas conhecemos o que de Deus se pode conhecer (o que Ele se revelou Dele mesmo) com um relacionamento pessoal com Jesus Cristo pelo Espírito Santo na preparação de Deus Pai.

O nome Yahweh em Êxodo 3 dito por Deus mesmo (que é Ehyeh) significa EU SOU (lembre-se de que o nome de Deus dito por uma criatura, Yahweh, significa Ele É). Desta maneira, a essência de Deus também reside no fato de que Deus é o Ser Absoluto, a própria “Realidade Absoluta(Piper, John, 2020, Who Is Yahweh?), compartilhada entre as três Pessoas da Trindade. Deus é criador de tudo, causador de tudo; tudo o que existe existe Nele. O apóstolo Paulo disse em Atos 17 que “nele [em Deus] vivemos, e nos movemos, e existimos”, “pois ele [Deus] mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas”.

A essência de Deus, além do significado de Ser Absoluto – o Eu Sou (do qual todas as coisas, substâncias e seres derivam) – conforme João indica, conforme a Pessoa e o sacrifício de Cristo, conforme o relacionamento com o Espírito diariamente, e conforme o relacionamento com o Pai em oração claramente indicam é o AMOR (1João 4).

Mas eu discordo de Agostinho que isso signifique com todas as letras que o Espírito é o amor em que o Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai conforme escreveu Agostinho, pois o Espírito é uma Pessoa também, e para mim também faz sentido que, sendo três Pessoas (e baseado na teoria social da Trindade), o Pai também ama o Espírito e vice-versa e o Filho também ama o Espírito e vice-versa.

É claro que o Espírito é Amor também, como o Pai é a fonte da Divindade e como o Filho é o Poder, Sabedoria e Palavra de Deus, mas não podemos extrapolar com isso, pois, acima de tudo, o Pai, Filho e Espírito são três Pessoas, que falam, pensam, agem, interagem etc. que se relacionam entre Si e conosco e que são ligados pela essência divina de Deus que se chama Yahweh - a realidade absoluta, o Eu Sou, o ser Absoluto em Amor (sem rejeitar o ciúme benigno do amor de Deus).

Portanto, em contradição com a realidade do mundo longe de Deus, o que vejo e creio que é possível de se afirmar com precisão, olhando toda a Bíblia, toda a cosmovisão cristã, todo o histórico da Igreja, e todo o relacionamento de Deus com seu povo por Cristo e pelo Espírito Santo, unindo o significado do nome de Deus, Yahweh (de Êxodo 3), com o Novo Testamento, que trouxe luz ao Antigo, é que Deus Triuno é a Realidade Absoluta (da qual originalmente todas as outras realidades derivam) regida por Amor e que permanece eternamente em Amor.

Amém!

atualizado 16h25 horário de Brasília, 2/abr/24.